-carta restaurada- Verão 1887, 14
Querida Primavera
(...)
E reflectia aquela suave tonalidade de luz, que transbordava por todo o meu quarto. Olhei finalmente para o que me tinhas dito e depressa comuniquei (...)Era final de tarde mas o sol ainda incidia com a sua luz em toda a superfície. Comecei a escutar a tua melancólica e límpida voz a erguer canções ao ar e de seguida encaminhei-me para os grandes jardins que ladeavam aquela rústica casa. Os degraus apesar de frios (...) meus pés descalços. O ar estava abafado, pois estava um belo dia de Verão, com um perfume romântico no ar e um brisa sincera pelo ar. E não mudava de tom, apenas cantava com sentimento a cair em cada fôlego, a unificar-nos em cada pausa.
(...) pois os sonhos são para as noites frias (...)
Encostei-me ao grande muro que escondia a casa do jardim. Observei os pássaros a voar, as folhas a criarem pequenas formas abstractas causadas pelo (vento?).
De repente, apenas fechei os olhos e tudo o que era verde desapareceu, e tudo se tornou escuro. Mas não de maneira negativista, pois desta vez, fechei os olhos e a tua voz ainda ecoava pela minha cabeça, rebolando pelas ervas do jardim, decapitando cabeças de flores perante mim, sensual e angelical, a tua voz ecoava pelos orifícios e (...) tudo o mais feliz.
Como estás?
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após a restauração desta carta o mundo apenas melhorou um pouco, os corações talvez batam melhor e a própria felicidade ficou mais feliz.
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