terça-feira, 20 de novembro de 2012

1001º dia de cegueira e pureza

Bem, sua majestade decidiu-se levantar-se do trono e andar mais rápido que o vento, sabedoria a abençoe, sabedoria e recorra sempre nesses caminhos, e que, a razão supere o coração e faça o acertado.
A orquestra toca a nossa música enquanto numa folha de papel, relembro quais olhares existiram nestes últimos dias, quais palavras silenciosas ouvi-te dizer, quais momentos sua Majestade viveu nestes tempos escassos sem mim.
O tabaco acabou (dou graças a tal) e o café encontra-se frio, nada me mata a agonia neste momento, nada além do teu honesto abraço. Cada batida, relembra-me noites, cujas foram permanecendo no meu coração, mas apenas uma relembro com facilidade e imortalidade. Sua majestade estava a meu lado, tentando não compartilhar com um vagabundo actos da corte, pois que audácia seria essa, de por ventura na alma lhe passa-se ideia de puder actuar num teatro vazio a peça ''Amor'' com tão sujo vagabundo que transporto a alma.
Almas de sentimento rancoroso, sei bem que transportam o meu nome na boca, misturado com veneno de víbora, e para que importar-me, se não passam de pessoas a quem  sua majestade dá maior importância e prazer? Poderei ter os olhos fechados até ao final, mas um dia, cairá de magnífica cabeça, sua coroa de espinhos, e sua majestade se juntará a mim no lugar onde vocês, de cima, do topo, chamam de Diferente. Um dia talvez, luz irá resplandecer em sua face, iluminar seus dias, e sua Majestade, nesse dia, estará comigo.

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