Não queria estar com frases ''élficas'', com palavras lindas que sempre te fizeram embalar e ir recolher-te nos meus braços. Não. Irias fazê-lo mas o tempo iria te levar de novo para longe, tornando-me de novo o fantasma desta história.
Uma rapariga estava a cantar perto da minha mesa. Tinha uma voz de anjo, parecia retratar por versos o que nós vivemos e estávamos a passar. Tinha uma voz que encantava os ouvidos dos presentes. Senti a sua música a entrar-me na alma, levantei-me, ofereci-lhe vinte cêntimos e saí do café.
Encaminhei-me para um sítio onde normalmente os jovens se vão divertir e beber e lá encontrei a minha melhor amiga. Os momentos a seguir foram muito estranhos e barulhentos. Lembro-me de vomitar, chorar, rir e dar um beijo a alguém, talvez fosse ela, não sei, não estava em mim, a minha sanidade e a minha compreensão tinham fugido.
O meu masso estava vazio? Como alívio a dor agora? Mandei com a cabeça na parede fria.
Olhei para o horizonte e vi-te a caminhar a seu lado. Era um noite obscura e sem notares, beijaram-se comigo de novo com o papel de espectador. Tinha sangue na testa. Olhas-te para trás e viste-me. Aposto que conheço a tua visão: eu com sangue na cabeça, roupa suja e uma lástima sentado no chão. Meti-me na escuridão e desapareci, ouvindo teus passos a procurar-me.
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