domingo, 10 de junho de 2012

Medíocre armadilha

Uma vez me disseram: Não sabia o que se passava ali. Estavas estranho. Pus o braço à tua volta e tu encostaste a tua cabeça no meu ombro. Estava-mos a ouvir o barulho das ondas, naquela noite de verão de céu estrelado. Olhei-te nos olhos e disse-te que não ia fazer promessas porque não gostava de prometer, mas tu nunca ias sair do meu coração. Sorriste para mim e voltaste a encostar-te ao meu ombro. Eu cada vez gostava mais de ti, mas nada era fácil, aquilo não era fácil.


«A luz foi abaixo e encontro-me aqui, sentado no meio de nenhures a ouvir os anjos a cantar as suas lindas melodias. Provavelmente caiu em mais uma medíocre armadilha da vida, não o sei, não vou me desconfortar e gastar forças a levantar-me para o descobrir. No entanto sei que ainda está nos braços de um outro ser humano, sujando cuidadosamente as mãos de medo e falsidade, limpando-as de vez em quando em lágrimas agarradas ao espírito que se prende ao meu corpo e lhe fortalece a alma. Cansei-me daquele brilho que temos nos olhos quando algum sentimento se torna a areia da nossa praia, não me cansei de esperar, pois ainda espero, todos os minutos, que algo aconteça e possa fortalecer o nosso nome.
As injustiças matam qualquer um por dentro, mas há sempre aquele espírito leve que nos liberta a mente e nos cria um laço cuja prioridade é concretizar não só os nossos desejos mas também os nosso ideais de felicidade. Tinha-me ido ver à praia, eu estava calmamente sentado na areia molhada quando se aproximou de mim e tornou o meu dia um pouco melhor. As palavras não foram muitas, mas bastou para me libertar um sorriso já escondido há algum tempo.
As horas passam, os tempos corroem os sentimentos das pessoas, já imaginaram o amor a devastar este mundo por inteiro? Estou fixamente a olhar fotografias de casais onde o amor vai mais alto que qualquer discussão ou ferida, onde os laços são tão fortes que ninguém pode quebrar. Mas será isso um acontecimento que para mim não percorre os meus lugares? Suspirei e deixei-me cair na cadeira de madeira dura.»

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