sexta-feira, 13 de abril de 2012

Gelada como a água do Mar

Mais uma vez não conseguiu travar e o fumo do tabaco encheu-lhe os pulmões fazendo com que a dor aumenta-se de uma forma horrenda. Tinha os pés doridos de tanto andar e as costas doridas de tanto tempo a carregar a mochila às costas. Na mão esquerda, trazia o estojo do seu violino e na outra mão, cuja tinha uma tatuagem, trazia uma rosa vermelha.
Naquele dia cinzento, consegui avistar uma praia, o seu destino. No horizonte nublado ainda se conseguia avistar barcos a navegar para os sete mares à procura de peixe e novas terras.
Não tinha completamente a sanidade mental toda, apenas sabia que naquele momento estava entregue às suas próprias mãos. Na sua fuga não a fizera com todo o orgulho, apenas o fez porque era o que o seu coração mandava, apesar da cabeça a mandar ficar.
Ali longe de todos, longe de olhares ambiciosos, longe de todo o mal que nela vivia diariamente, conseguia observar as maravilhas do mundo, e restaurar a sua mente, depois de todo o seu mundo ser destruído.
Pegou no estojo do violino. O som calmo e triste podia-se ouvir a distância, e ouvidos mais atentos poderiam dizer que era das canções mais tristes que até agora foram compostas. O som do violino ondulava suavemente nas ondas do mar azul, fazia pássaros pousar em terra para a ouvir tocar, fazia o próprio mar acalmar para que naquele dia cinzento aquele musica acalmasse as suas tristezas.
Deixou tudo e caminhou até à agua. Estava gelada, mas que importava? O seu coração também estava gelado.
De súbito, tudo ficou quieto enquanto retirava a camisola de cima dela, ficando com os seios à mostra. Talvez todo o homem ficasse plantado a ver magníficos peitos, mas a coisa mais aterradora e que chamava a atenção no seu corpo eram os cortes. Pulsos cravados em cortes profundos, barriga cortada com feridas longas, ombros cortados em forma de X. Sentou-se na areia e a única coisa que fez foi chorar, colocou a camisola a cobrir o peito e chorou. 



2 comentários: